Por: Diana Ferreira
Portugal é um país cheio de riquezas, especialmente ao nível cultural. Importa, por isso, conhecer alguns dos artistas portugueses que têm conquistado o seu reconhecimento internacional.

Adriana Molder nasceu em 1975, em Lisboa, onde vive e trabalha, desenvolvendo o seu trabalho de desenho e pintura também em Berlim. As suas obras são inspiradas no cinema, a partir de imagens já existentes, bem como na literatura, nos contos e nos romances. Em peças a preto e branco e com acentuações a vermelho, destacam-se características sombrias, fantasmagóricas e cinematográficas.
Vasco Araújo reflete, através das suas obras, acerca dos códigos de comportamento na relação do indivíduo com o mundo, baseando-se, muitas vezes, na Literatura e na Filosofia. Com um catálogo bastante multifacetado, as suas esculturas, fotografias, pinturas e vídeos problematizam o estatuto da condição e comunicação humana. Vasco Araújo adota temas políticos e históricos e questões de identidade de género.
Santiago Ribeiro é um pintor surrealista português natural de Coimbra. As suas obras caracterizam-se por serem provocadoras e imaginativas, com cores vivas e quentes. Os seus temas baseiam-se nos problemas da atualidade e na sociedade, mas o estilo surreal que lhe é tão próprio faz com que, às vezes, as suas obras não sejam compreendidas. Santiago Ribeiro está à frente do projeto internacional Surrealism Now, que começou em 2010, organizado pela Fundação Bissaya Barreto.

Conhecida por criar arte provocadora, violenta e mágica, Paula Rego nasceu em 1935 e é uma das mais célebres artistas portuguesas. O seu estilo evoluiu de abstrato para representativo, com temas muitas vezes relacionados com o feminismo. O mundo artístico de Paula Rego é um sítio imaginativo de hipnose, simbolismos e segredos, com base em histórias que só ela conhece.
Joana Vasconcelos é uma das artistas portuguesas com mais reconhecimento internacional. Em 2012, consagrou-se como a primeira mulher e a mais jovem artista a expor no Palácio de Versalhes, em Paris. A sua arte baseia-se em escultura e instalação e destaca-se pelo uso de cores vivas e chamativas, assim como pela grande dimensão das criações. Joana trabalha com o doméstico e o quotidiano, aquilo que faz parte da casa, evidenciando a oposição entre o tradicional e o moderno.

Vhils é o nome artístico de Alexandre Farto. Ganhou reconhecimento quando um dos seus murais, que representava um rosto esculpido numa parede, foi exposto ao lado de uma obra de Banksy – um dos mais renomeados street artists – no Festival Cans de 2008, em Londres. Hoje, trabalha entre Lisboa e Londres como artista de rua e de graffiti. O seu trabalho é caracterizado pelo uso de várias ferramentas, capazes de marcar ou remover material (como martelos, berbequins, explosivos, etc.). Vhils privilegia os espaços públicos para a exposição das suas obras, nomeadamente nas paredes de edifícios.
Pedro Cabrita Reis é um dos artistas contemporâneos mais destacados e premiados. O seu trabalho vai desde escultura, incluindo peças de grande dimensão, a pinturas, desenhos e fotografias. As grandes e ousadas peças do artista são elogiadas pelos críticos como meditações poéticas sobre assuntos diversos, desde a habitação, a migração e o espaço, seja ele de exposição ou de exterior. Utiliza materiais como madeira, vidro, gesso, pedra, plástico ou metal, assim como objetos e elementos do quotidiano.
A escultura e a instalação são os principais meios de expressão de Fernanda Fragateiro. Verifica-se uma interdisciplinaridade no cruzamento de áreas como a escultura, a instalação, a cerâmica, o design, a arquitetura e a ilustração. As criações de Fernanda Fragateiro dialogam com o espaço em que se inserem e com os espectadores, que muitas vezes são convidados a interagir com as obras. Assim, a artista desenvolve projetos para espaços públicos que se apresentam como uma adição subtil ao lugar em que se inserem, como é o caso da sua obra O Jardim das Ondas, no Parque das Nações, e Espero, em 1999.
O foco de Catarina Botelho é a fotografia. As imagens que captura focam-se em objetos simples e banais que evocam uma certa intemporalidade. A ausência de pessoas leva-nos a concentrar a nossa atenção para os objetos isolados, tomando nota das suas características formais e cromáticas. As suas obras fazem parte de coleções como a Fundação EDP, Fundação Foto Colectania, Coleção Américo Santos, MAAT, Fundação PLMJ e Coleção Governo Regional dos Açores.
Este artista portuense é considerado um dos principais representantes da revitalização da escultura portuguesa, destacando-se por criações geométricas e pela tridimensionalidade. Nas suas primeiras obras, abordou o tema da morte e do túmulo, através do baixo-relevo e da modelação orgânica da pedra. Mais tarde, surgem obras que remetem para uma ideia de monumento e, depois, introduz espelhos nas suas peças, brincando com a desfragmentação e com desconstruções formais e espaciais.