É um dos artistas portugueses mais destacados e premiados, dos mais conhecidos da atualidade e um dos principais artistas da sua geração. As fórmulas utilizadas em catálogos, entrevistas e notas biográficas para descrever Pedro Cabrita Reis dão quase todas um lugar privilegiado a este artista visual nascido há 63 anos no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, e com um currículo vasto onde cabe a representação de Portugal na Bienal de Veneza em 2003.

Pedro Cabrita Reis, artista português ligado à pintura, escultura e instalação, nasceu em 1959 na cidade de Lisboa. Em 1973 ingressou na Faculdade de belas Artes na mesma cidade que o viu nascer, para frequentar o curso de pintura. Paralelamente ao desenho e pintura, a sua atividade inclui trabalhos de cenografia para teatro e intervenções, como a decoração do bar lisboeta “Frágil”.
A obra pictórica, produzida na década de 80, caracteriza-se pela grande dimensão dos suportes, onde se representam objetos do quotidiano, reordenados em ambientes enigmáticos. Utilizando materiais simples e diversos, como a madeira, vidro, gesso, pedra, plástico ou metal, e por vezes usando elementos e objetos domésticos ou do quotidiano, as suas obras exploram questões relativas aos processos construtivos, à arquitetura e à memória, com uma particular sensibilidade para a ocupação do espaço, seja ele um espaço de exposição ou o espaço exterior (urbano ou de paisagem).
É na segunda metade dos anos 80 que o artista diversifica as modalidades de expressão, passando da pintura à escultura e à instalação. À diversidade de formas apresentadas a partir de materiais como o chumbo, o vidro, o espelho, os objetos reutilizados, o ferro e a madeira, acrescenta jogos de luz.
“A sua obra faz referência a universos temáticos e formais em torno da representação de alguns dos seus símbolos (redes, espirais, labirintos e cruzes), revelando um sentido global de depuração, patente na austeridade das cores predominantemente utilizadas (negros, terras, óxidos, cinzas, castanhos) e na gestão de efeitos de luz e de brilho. Paralelamente valoriza sinais superficiais de degradação e de erosão como que provocados pelo desgaste do tempo. As suas obras tornam-se assim melancólicas ruínas da era industrial. As suas instalações revelam qualidades de integração e de transformação espacial, com acentuado efeito plástico”.
Participou na Documenta 9, EM Kassel, em 1992; nas 21ª e 24ª Bienais de São Paulo (em 1994 e 1998, respetivamente), e em 2003 representou Portugal na Bienal de Veneza.
Tem participado em numerosas exposições individuais e coletivas em importantes museus e centros de arte nacionais e estrangeiros, destacando-se a retrospetiva One after another, a few silent steps, que passou por Hamburgo (2009), Nimes (2010) e Leuven (2011) antes de ser apresentada no Museu Coleção Berardo, Lisboa, em 2011, ou States of Flux – Pedro Cabrita Reis, na Tate Modern, Londres, em 2011. Tem também realizado obras de arte pública, que seguem as mesmas diretrizes que explora em todo o seu trabalho. Para além de Ima escultura para Santo Tirso, produzida para o 6º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, em 2001, mais recentemente destacam-se Da cor das flores, obra pública para a Barragem da Bemposta, em 2001, ou Castelo, para o Parque de Escultura Contemporânea de Vila Nova da Barquinha, Almourol, em 2012.